Tenho andando meio sumido do blog, não por falta de assunto, claro, o tempo é que tem sido curto e, felizmente, tem passado depressa. Creio que vale a pena comentar sobre algumas boas coisas que têm acontecido por aqui, especialmente sobre a noite de ontem.
Desde que cheguei a Oregon, tenho sido recebido com muito carinho por professores da Western Oregon University, amigos de classe e músicos em geral que admiram e respeitam a música brasileira. Sempre soube dessa admiração, mas confesso que me surpreendi com essa generosa receptividade. Bom, eles têm o jeito deles de serem calorosos, bem diferente do nosso, mas já estou me acostumando e começando a entender quando eles realmente gostam de uma coisa.
Uma das muitas vantagens em estudar aqui é a possibilidade de tocar em uma big band e, melhor ainda, poder escrever arranjos para ela e ensaiar 3 vezes por semana. Tem sido assim desde que cheguei. Alguns alunos dessa orquestra – eu entre eles – fomos convidados a tocar com a “American Metropole Orchestra” em um show com Sonny Turner durante dois dias em Colusa, na Califórnia, há 8 horas de ônibus de Salem, em Oregon. Entre os 32 integrantes da orquestra, vários professores de universidades da região.
Sonny Turner, hoje com 70 anos, foi o vocalista do “The Platters”, conhecido grupo vocal norte-americano cujos músicas “Only You”, “My Girl” e “The Great Pretender”, entre outras, tornaram-se muito conhecidas em todo o mundo, inclusive no Brasil, na década de 70.
Confesso que fiquei muito impressionado com a jovialidade desse senhor que, mesmo aos 70, continua cantando com perfeição suas músicas nos tons originais, dançando como um garoto e com um humor de quem trabalha por puro prazer. Quem é tenor sabe como é difícil alcançar um si bemol 3! E lá vai Sonny com sua voz gigante alcançando o tal si bemol e arrancando aplausos da garotada – jovens estudantes de música convidados para o evento - e de casais idosos que, abraçados, pareciam reviver uma época de ouro de suas vidas.
Foram assim as duas últimas noites: emocionantes e surpreendentes. Estou na estrada de volta para Oregon agora, refletindo sobre os caminhos que se fecham e sobre os que se abrem, sobre as inúmeras maneiras que Deus encontra de nos abençoar todos os dias. Mas é preciso ter olhos atentos pra nunca perder nenhum detalhe. Mais histórias virão.
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